Os perigos do tabagismo para a saúde
O tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas por ano no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo que 7 milhões destas são pelo seu uso direto, enquanto que cerca de 1,2 milhões são por conta de sua exposição (fumo passivo)
O tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas por ano no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo que 7 milhões destas são pelo seu uso direto, enquanto que cerca de 1,2 milhões são por conta de sua exposição (fumo passivo)
Sobre o tabagismo
O tabagismo, que é uma doença crônica, é responsável por cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão – fumantes têm 10 vezes a mais de chance de desenvolver o problema -, além de poder ocasionar outros tipos de canceres – de bexiga, colo do útero, pâncreas, fígado, esôfago, laringe, faringe, rim e ureter, traqueia, estômago, cólon e reto, brônquios, boca e leucemia mieloide aguda.
Outros problemas de saúde também podem surgir com o consumo de tabaco, tais como: hipertensão, aneurismas, infarto agudo do miocárdio, efisema pulmonar, bronquite crônica, asma, rinite, úlcera, osteoporose, impotência sexual, catarata, bronquite crônica e aumento do risco de trombose.
Dependentes do tabagismo têm quatro vezes mais chances de ter doenças como infarto, AVC, pressão alta, angina e aterosclerose.
São mais de 50 doenças que o tabagismo pode ocasionar – as cardiovasculares, respiratórias e câncer são as principais. Estima-se que 10% dos dependentes têm uma expectativa de vida de 20 anos menor com relação a quem não faz uso.
Cerca de 80% dos casos de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a segunda que mais causa mortes no mundo, têm relação com o tabagismo. Tanto que um a cada cinco dependentes desenvolvem o problema.
Esteticamente, a dependência ocasiona o amarelamento dos dentes e a opacidade dos cabelos, fora que fisicamente a pessoa tem muito menos fôlego do que uma não fumante na prática de exercícios físicos.
A disseminação da nicotina alcança outros órgãos como o cérebro, além de também atingir outros tecidos a exemplo da saliva, suco gástrico e músculo esquelético. Sua dependência é considerada a maior causa de mortes evitáveis no mundo.
A nicotina afeta o sistema central causando sensação de prazer ao usuário e isso favorece a questão da dependência da substância, que integra o grupo de ‘transtornos mentais, comportamentais ou de neurodesenvolvimento’ por conta de sua substância psicoativa, segundo a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde [CID-11].
Não é só o cigarro que é derivado do tabaco, planta de onde é extraída a nicotina. Há outros produtos que contêm o elemento como o charuto, cachimbo, cigarro de palha, narguilé e dispositivos eletrônicos como o vape.
No tabaco ainda são encontradas outras substâncias consideradas muito toxicas: terebentina, formol, amônia, alcatrão, naftalina, benzopireno, formaldeido, níquel, nitrosaminas, acetaldeído, entre outras.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), 443 pessoas morrem por dia no Brasil por conta do tabagismo.
Vape, muito utilizados nos dias atuais, é pior do que cigarro?
No final de 2022, o Ministério da Justiça suspendeu o comércio do vape, cigarro eletrônico, em todo o Brasil. Ainda em 2009 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), havia proibido a sua venda. Em 2019 houve um pedido de descriminalização do produto, fato que aumentou e muito o número de usuários.
Mediante tais fatos, o seu uso, obviamente, traz malefícios à saúde. Assim como o cigarro, o vape contém essência concentrada em nicotina, que é inalada quente, podendo causar inflamações e lesões nos pulmões. Alguns tipos de metais, como cobre, níquel, cromo e letão também vão para o organismo.
O vape, que conta com cerca de 80 substâncias químicas, não tem a mesma quantidade de compostos de um cigarro, mas faz mal da mesma forma, aumentando os riscos de câncer, além de doenças doenças cardiovasculares e pulmonares.
Ele também está associado a síndrome da Evali, que é uma doença pulmonar ocasionada pelo seu uso e que causa desde tosse, dor no peito e falta de ar, podendo ser estendida para dores na barriga, diarreia, vômitos, febre, calafrios e perda de peso, até fibrose pulmonar, pneumonia, bronquite asmática, insuficiência respiratória e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Tratamento para a dependência
Cada tratamento vai depender do grau de dependência do paciente – pode ser feito tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), quanto em clínicas particulares. Uma boa ressalva é que o indivíduo que para de fumar tem reduzido pela metade após um ano o risco de morte por infarto do miocárdio.
O processo de recuperação do organismo é gradativo, assim como os riscos de doenças para quem decide abandonar o vício. Ficar um ano sem fumar reduz em 50% a possibilidade de doenças cardiovasculares, assim como diminuiu na mesma proporção, em caso de cinco anos sem uso, as chances de câncer de pulmão.
E mais, uma pessoa ficar sem fumar por 15 anos significa que ela terá as mesmas chances de ter infarto se comparado a quem nunca fumou.
Algumas abordagens podem ser feitas durante o tratamento. O paciente pode contar com o auxílio de um psicólogo, assim como terapia em grupo. Ambos são bons aliados. Medicamentos também podem ser usados para diminuir os sintomas da abstinência, dentre eles a ansiedade, irritabilidade e falta de concentração. A prática de exercícios físicos é fundamental no processo.
Se a sua vontade própria de parar de fumar não está sendo suficiente, procure ajuda. Agende uma consulta e recomece a sua vida de forma mais saudável.