As doenças cardiovasculares se caracterizam por um conjunto de disfunções que atingem o coração e os vasos sanguíneos. Elas representam uma das maiores causas de mortes em todo o mundo, por geralmente comprometerem seriamente o sistema cardíaco e vascular.
De forma usual, as cardiopatias ocorrem mais em pessoas a partir dos 50 anos, embora as patologias possam acometer indivíduos de todas as idades. Elas estão mais presentes em pacientes do sexo masculino do que em mulheres. Na maioria das vezes a doença cardiovascular se dá em razão de uma vida de excessos e hábitos pouco saudáveis – tabagismo, obesidade, estresse, má alimentação e falta de exercícios físicos estão associados ao surgimento das principais doenças cardiovasculares.
Pessoas com hipertensão, diabetes e colesterol alto também estão suscetíveis a sofrer com problemas cardiovasculares, caso não se previnam. Por isso, é certo afirmar que, na maior parte dos casos, os riscos de cardiopatia podem ser prevenidos por meio de práticas saudáveis ao longo da vida e regularidade nos checkups junto a um cardiologista de confiança. Portanto, sempre se atente à prevenção cardiológica.
Confira a seguir, as doenças cardiovasculares mais comuns.
Pressão alta (hipertensão)
Esse tipo de condição cardiovascular se caracteriza pelo elevado nível da pressão arterial. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), 32% dos brasileiros adultos (cerca de 36 milhões de pessoas) têm hipertensão.
A hipertensão é dividida em três tipos distintos, determinados pelos níveis da pressão arterial. Para melhor compreensão da doença, é preciso entender o valor mínimo para que ocorra o aumento da pressão. Se o resultado do exame for igual ou superior a 140/90 mmHg (ou 14 por 9), é constatado um elevado nível de pressão arterial.
Esse valor faz com que haja esforço excessivo do coração. Se o sistema cardíaco for sobrecarregado pelo problema, o risco do paciente sofrer um acidente vascular cerebral, infarto, ou aneurisma aumenta.
Apesar de ser uma doença crônica, ou seja, sem cura, a hipertensão pode ser controlada. Somente o cardiologista responsável poderá indicar o melhor tipo de medicamento, baseado no nível do problema.
Dentre os medicamentos administrados para essa cardiopatia destacam-se o inibidor de enzima de conversão da angiotensina (ECA) para o relaxamento dos vasos sanguíneos e anti-hipertensivo para redução da pressão arterial.
Atividades físicas e controle do estresse contribuem para abrandar os sintomas da hipertensão.
Insuficiência cardíaca
Conhecida também como insuficiência cardíaca congestiva, essa talvez seja uma das principais doenças cardiovasculares. Consiste na incapacidade do coração em bombear sangue de forma satisfatória para as demais partes do corpo. Ela pode ocorrer de duas formas.
Quando há insuficiência cardíaca sistólica, o coração não consegue expelir o sangue adequadamente. Já a insuficiência diastólica, se refere à falta de sangue nos músculos do coração, em detrimento de sua rigidez.
A doença cardiovascular em questão é crônica. Ou seja, ela geralmente se desenvolve de forma gradual, salvo raras exceções. E mesmo comprometendo só um lado, todo coração é afetado pela disfunção.
Com a insuficiência do bombeamento cardíaco constatado, o paciente tende a sofrer com acúmulo de sangue nas mais variadas regiões como pulmões, fígado, braços, pernas, etc. Em detrimento disso, o local afetado pode vir a sofrer com falta de oxigênio e nutrientes.
Para o tratamento, recomenda-se a restrição de alimentos com excesso de sal e gordura. Dentre os tratamentos indicados pelo cardiologista, destaca-se a administração de anti-hipertensivos, diuréticos e fármacos que diminuam a carga de adrenalina.
Ataque cardíaco (infarto)
Um dos problemas mais comuns, no que se refere às doenças cardiovasculares é o infarto, que se caracteriza pelo bloqueio do fluxo sanguíneo.
Por se tratar de uma emergência médica, os sintomas devem ser levados em consideração o quanto antes. Dor no peito, desconforto irradiado para braços e costas, formigamento nos membros superiores, falta de ar, sudorese, palidez e tontura podem ser indícios de um ataque cardíaco.
O tratamento emergencial consiste no restabelecimento do fluxo sanguíneo. A princípio indica-se a administração de AAS ou aspirina, levando em consideração possíveis fatores alérgenos quanto ao medicamento.
Alguns medicamentos para abrandar a dor também são fundamentais, sobretudo, para a dilatação dos vasos coronarianos. Em alguns casos, o paciente é submetido a um cateterismo cardíaco para acabar com a obstrução do vaso. Em situações mais extremas, indica-se a angioplastia para que a placa de gordura que impede o fluxo seja expelida.
Se houver muitos vasos comprometendo a passagem do sangue, o paciente deve passar por uma cirurgia de revascularização.
Arritmia cardíaca
É quando há uma alteração no batimento cardíaco. Seja de forma descompassada, acelerada ou lenta. Normalmente a frequência do batimento cardíaco em uma pessoa saudável é de 60 a 100 bpm (batimentos por minuto).
A arritmia cardíaca pode ser classificada como benigna ou maligna. No primeiro caso, a alteração do ritmo cardíaco não altera o desempenho cardíaco. Pode ser controlada com a administração de medicamentos e com exercícios físicos.
Já a maligna concentra o maior número de mortes, já que o desgaste físico contribui para o comprometimento do coração.
Com eletrocardiograma ou teste ergométrico é possível diagnosticar essa disfunção, que está entre as principais doenças cardiovasculares. O tratamento mais indicado pelo médico cardiologista é o uso de marcapasso, principalmente para pacientes que sofrem com arritmias de baixa frequência.
Aneurisma da aorta abdominal
Ocorre quando há uma dilatação da artéria aorta – maior do corpo humano – na altura do abdômen. Ela é responsável por levar sangue para todas as partes do corpo. Apesar da alta mortalidade, o problema pode ser abrandado se houver diagnóstico precoce.
Muitas vezes essa dilatação é decorrente pela presença de placas de gordura concentradas na artéria. Nos últimos anos, a cardiopatia está associada à alteração na estrutura da parede da aorta. Se isso não for remediado em curto prazo, a tendência é que as paredes fiquem mais frágeis, podendo até se romper. Esse, por sua vez, é o principal desencadeador de morte.
O tratamento se dá por meio clínico e cirúrgico. No primeiro caso, o cardiologista responsável faz o acompanhamento necessário para diminuir qualquer risco de evolução. Já o tratamento cirúrgico é indicado para pessoas com dilatações em que o diâmetro da aorta é comprovadamente um risco à vida do paciente.
Cardiopatia congênita
Como o próprio nome se refere, é uma condição cardíaca que ocorre antes do paciente nascer. Caracteriza-se por qualquer alteração do coração e dos vasos, que já podem ser constatados no nascimento do bebê.
No Brasil, o número de bebês que nascem todos os anos com esse tipo de problema é bastante alarmante. São cerca de 20 mil crianças com a cardiopatia, sendo que mais da metade precisará se submeter a uma cirurgia cardíaca nos primeiros meses de vida. Além do tratamento mais invasivo, a recuperação poderá se dar sozinha ou com o uso de alguns medicamentos nos primeiros anos da criança.
Angina
A angina é um desconforto no peito, causado por redução do fluxo sanguíneo. A patologia pode ser tratada como uma doença específica e até como um sintoma de cardiopatia. Geralmente acomete pessoas a partir dos 40 anos.
Além da dor no peito, o paciente poderá manifestar dores no pescoço, axilas e membros superiores, além de fadiga e falta de ar.
O tratamento pode ser feito com base de medicamentos betabloqueadores, anti-hipertensivos, entre outros remédios cardíacos. Em alguns casos a cirurgia é requisitada, sendo a ponte de safena e a revascularização coronariana híbrida as mais comuns.
Miocardite
Essa cardiopatia se caracteriza pela inflamação do coração, decorrente de alguma infecção do organismo. Dentre os sintomas mais comuns destacam-se a dor no peito, falta de ar e tonturas.
De forma geral ela é oriunda de alguma gripe ou catapora mal curada. O vírus dessas doenças pode causar uma infecção no músculo cardíaco. O mesmo pode acontecer com bactérias e fungos, embora sejam mais raros.
Felizmente a miocardite é altamente tratável e tem cura. O problema tende a sumir quando as funções do organismo são restabelecidas. Se o coração estiver gravemente comprometido pela inflamação, o paciente deve ser internado com urgência.
Normalmente a recuperação exige repouso absoluto, feito na própria casa do paciente. No entanto, o tratamento para erradicar a infecção se faz necessário com a administração de antibióticos, antivirais, ou qualquer remédio contra o causador da miocardite.
Já o cardiologista responsável poderá prescrever anti-hipertensivos, betabloqueadores e diuréticos para diminuição de inchaços.
Centro Médico Berrini
Clínica Médica - Zona Sul de São Paulo