Os dados apresentados pelo Ministério da Saúde mostram que 1.072 casos de meningite meningocócica foram registrados no Brasil no ano de 2018. Além disso, 218 mortes causadas pela doença foram confirmadas.
O neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi uma das vítimas fatais desse tipo de meningite no começo do ano de 2019.
O que é?
As membranas são uma espécie de película que protegem alguma superfície. A meningite é a inflamação das meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, regiões essenciais do corpo humano.
Existem diversos tipos de meningite. Diferentes agentes infecciosos podem causar a doença, como vírus, bactérias e fungos. A meningite meningocócica é um tipo de meningite bacteriana, uma das formas mais graves da doença.
Quais as causas e grupos de risco?
A Meningite Meningocócica é causada pela bactéria Neisseria Meningitidis, que entra na corrente sanguínea da pessoa e vai causando diversos processos inflamatórios, até chegar às meninges e também inflamá-las.
Esse processo ocorre após contágio, ou seja, a doença passa de pessoa para pessoa. A transmissão se dá pelas vias respiratórias quando, por exemplo, alguém infectado espirra ou tosse perto de outra pessoa.
Além da meningite meningocócica, existem outros tipos de meningite causados por bactérias, como a pneumocócica. Cada um deles atinge em especial um grupo de pessoas de certa faixa etária. A meningocócica apresenta incidência majoritária em bebês e crianças. É possível perceber também que os casos da condição aparecem com mais frequência durante o período do outono-inverno.
Sintomas
Os sinais dos diferentes tipos de meningite são semelhantes. Os casos mais graves, como os de meningite meningocócica, podem apresentar uma evolução muito rápida dos sintomas – o que significa uma piora preocupante.
Em geral, no início é mais comum que o paciente apresente febre alta, dor de cabeça, vômito, mal-estar e, um dos sintomas mais específicos, rigidez no pescoço e/ou nuca. Nesses casos, é possível perceber uma grande dificuldade do paciente em tentar encostar o queixo no pescoço.
Outros sinais que podem surgir são a fotofobia (sensibilidade elevada à luz), episódios de confusão mental, tremores e calafrios, diarreia e manchas roxas pelo corpo.
Os bebês, além de poderem ter os sintomas citados acima, também podem ficar mais irritadiços, apresentar dificuldade para comer e ficar com a moleira mais rígida que o normal.
Diagnóstico
A meningite meningocócica é um dos casos mais preocupantes de meningite. A maneira como ela se apresenta e a velocidade com que os sintomas podem se espalhar são extremamente preocupantes. O diagnóstico precoce é essencial para evitar sequelas e, em muitos casos, até a morte.
Alguns dos sinais podem ser confundidos com viroses ou gripes, por isso é muito importante prestar atenção no conjunto de sintomas. Mesmo que não haja suspeita de meningite, o melhor é tirar a dúvida e levar o bebê ou a criança ao médico para uma avaliação mais detalhada.
A meningite meningocócica é diagnosticada por meio de punção lombar, o exame do líquor (líquidos da região infeccionada). Além disso, o médico pode pedir também exames de sangue.
Tratamento
Sim, existe tratamento para a meningite meningocócica. Apesar de ela ser uma condição bastante grave, rápida e altamente contagiosa, o tratamento funciona em muitos casos. Ele consiste em antibióticos que podem ser, ou não, atrelados a outras medicações necessárias, como corticoides.
Prevenção – Vacinação
Existem disponíveis tipos de vacina que atuam na proteção contra as bactérias causadoras de meningites. A imunidade não é 100% garantida para todos os casos, mas tomar as vacinas já ajuda – e muito – no processo de prevenção. A meningocócica conjugada sorogrupo C está disponível no Programa Nacional de Imunização gratuitamente, pelo sistema público. Já no sistema privado é possível encontrar para os tipos de meningocócicas tipo B.
Em ambos os sistemas, o público e o particular, é possível encontrar outros tipos de imunizações que contemplam a imunização contra outros tipos de meningites e em 2022 a Secretaria da Saúde iniciou campanha para aplicação da vacina em postos de saúde também aos profissionais de saúde.
É importante lembrar que a meningite meningocócica é contagiosa. Por mais tentador que seja manter janelas e portas fechadas no inverno, é preciso fazer o ar circular – em casa, na escola, no transporte, etc. Mantenha as crianças e bebês sempre em locais arejados e com as mãos lavadas.
Centro Médico Berrini
Clínica Médica - Zona Sul de São Paulo