O Hipertireoidismo ocorre quando a glândula tireoide produz hormônios em excesso. Para não causar mais danos à saúde, o paciente deve procurar o endocrinologista e aplicar o tratamento mais adequado.
O que é?
O Hipertireoidismo é uma doença que afeta a função da tireoide. Mas, qual é exatamente a função dessa glândula?
Basicamente, a glândula tireoide é responsável por desenvolver e liberar na corrente sanguínea dois hormônios que regularizam os sistema metabólicos do corpo humano: a triiodotironina, chamada de T3, e a tiroxina (ou tetraiodotironina), T4.
Quando essa função de produção e de envio dos hormônios é prejudica, ocorrem as doenças da tireoide. Em algumas situações, a glândula começa a desenvolver os hormônios em quantidade exagerada causando o Hipertireoidismo.
Quais as causas?
No topo das causas do Hipertireoidismo, cerca de 80% deles, está a Doença de Graves, ou Doença Basedow-Graves. Essa patologia é autoimune, ou seja, nela o corpo ‘ataca’ o próprio corpo. Na Doença de Graves ocorre uma situação que incentiva a produção excessiva dos hormônios da glândula tireoide. Outra característica que pode ser causada ou não por esse distúrbio no sistema imune é a Oftalmopatia de Graves. Ela faz com que a órbita do olho se movimente para frente, deixando o olho ‘saltado’.
Existem algumas teorias e estudos sobre as causas da Doença de Graves, mas elas não são completamente aceitas e/ou compreendidas. Entre as possibilidades estão a propensão genética e alterações do sistema imunológico, por exemplo.
O Bócio multinodular tóxico também é uma das causas conhecidas para o Hipertireoidismo. Ele se dá pela formação de vários nódulos benignos na tireoide. Em alguns casos, a presença de um nódulo tóxico único pode desencadear a condição.
Em situações de pós-parto, o Hipertireoidismo pode aparecer por conta de alguma lesão na tireoide. Algumas gestantes também podem apresentar a doença por conta da Doença de Graves.
Como a glândula tireoide utiliza o iodo para produção dos hormônios, a ingestão exagerada do mineral pode causar o Hipertireoidismo. Também pode haver desencadeamento da doença após consumo excessivo dos hormônios tireoideanos – para tratar Hipotireoidismo, por exemplo, que produz de maneira insuficiente os hormônios da tireoide. O consumo exagerado também ocorre por automedicação inconsequente.
Em alguns casos, um vírus pode atacar a glândula e provocar o aumento da produção dos hormônios – essa situação desencadeia a chamada tireoide subaguda. Outra situação que causa o Hipertireoidismo é a inflamação da glândula por linfócitos.
Qual o Grupo de Risco?
O Hipertireoidismo ocorre mais frequentemente em mulheres do que em homens. Isso acontece principalmente porque a Doença de Graves, maior causadora da condição, atinge muito mais as pacientes do sexo feminino – entre 40 e 60 anos geralmente.
Quem possui histórico de Hipertireoidismo na família também precisa manter um acompanhamento dos sintomas por ter mais chances de desenvolver a condição.
Quais são os sintomas do Hipertireoidismo?
O Hipertireoidismo possui uma vasta lista de sintomas. Eles podem ser associados com outras doenças, por isso é importante prestar atenção e realizar check-ups frequentes.
Entre os sinais da doença estão a insônia, a sudorese excessiva, perda de peso repentina mesmo mantendo a alimentação normal, ansiedade, distúrbios menstruais, taquicardíaca, bócio (que deixa a região da tireoide expandida, ‘inchada’), exoftalmia (a projeção do globo ocular citada acima nos casos de Oftalmopatia de Graves), diarreia, fraqueza e atraso no crescimento (em crianças e adolescentes).
Diagnóstico
Em caso de surgimento dos sintomas e suspeita de Hipertireoidismo, é indicado procurar um endocrinologista. Na consulta, o médico deve realizar um exame clínico, em que o paciente apresenta todas as suas queixas e, depois, recebe o exame físico.
Como os sintomas do Hipertireoidismo podem ser confundidos com outras doenças, é comum que o médico solicite outros exames. O mais comum é o de sangue para medir os níveis hormonais, mas também podem ser realizados o exame de captação de iodo radioativo e de imagem, para checar a presença de nódulos e o tamanho da tireoide (aumentada pelo bócio).
As grávidas devem redobrar a atenção, caso haja histórico ou suspeita de Hipertireoidismo, pois a condição não tratada pode prejudicar o desenvolvimento do bebê.
Tratamentos disponíveis
Não existe uma fórmula mágica para tratamento do Hipertireoidismo. Tudo vai depender da gravidade da doença, das condições físicas do paciente, disponibilidade dos métodos e também da decisão que será tomada entre o médico e o paciente.
Entre as opções, está o uso de medicamentos antitireoidianos que diminuem a produção dos hormônios T3 e T4 produzidos pela glâncula tireoide. As drogas mais indicadas nesses casos são o metimazol e o propiltiuracil (bastante utilizada nos casos de Hipertireoidismo gestacional, nos três primeiros meses).
Alguns pacientes apresentam melhora significativa e podem abortar o uso dos medicamentos com o tempo, mas a maioria acaba utilizando os remédios por toda a vida.
Além disso, pode ser indicado o uso de iodo radioativo – geralmente para casos graves que não responderam ao tratamento medicamentoso. Esse tratamento pode levar à destruição total da tireoide e a necessidade de tomar medicação continuamente para repor os hormônios necessários.
A cirurgia também é uma opção de tratamento para casos graves, inclusive quando há presença de nódulos na glândula tireoide e suspeita de câncer.