Quando a pressão é considerada muito alta?
O coração é responsável por bombear o sangue para todo o corpo, porém, para isso ser possível é necessário que haja pressão sob as artérias. Em resumo, hipertensão somente é tratada assim quando a pressão arterial é igual ou maior a “14 por 9”, ou 140 mnhg x 90 mnhg, portanto pressão alta.
A princípio, essa medida pode parecer confusa, mas é muito fácil de explicar: quando o coração está trabalhando para bombear o sangue, chamamos a força desencadeada como pressão arterial sistólica. Já quando ele está em repouso, a pressão continua existindo, mas é chamada de pressão arterial diastólica. O ato de aferir a pressão arterial é resultado a partir da medição destas duas forças. O normal é que ela esteja em 12 por 8, o que é um almejado sonho dos hipertensos: uma pressão regular e sem picos.
Quais são os sintomas da hipertensão?
Um hipertenso pode não saber que sofre de hipertensão até apresentar os primeiros sintomas e precisar de ajuda médica. Como a doença é assintomática, os sintomas só aparecem durante os picos de pressão alta (portanto quando ela já está avançada e afetando o funcionamento do corpo), são eles:
- Dor no peito.
- Dor de cabeça.
- Zumbido no ouvido.
- Visão turva.
- Sangramentos pelo nariz.
- Tontura.
- Vômitos.
- Cansaço.
- Falta de ar.
Alguns sintomas não são próprios da hipertensão, mas podem surgir juntos aos picos de pressão elevada. São decorrentes de outros traumas e doenças que, somados à pressão alta, tornam-se uma bomba relógio. Dores de cabeça, sangramento pelo nariz, tontura, rubor facial e cansaço são alguns deles.
Quais são as causas da hipertensão?
Antes de abordar as causas da pressão alta, é preciso entender que existem diversos tipos de hipertensão. Elas podem ser causadas em diferentes partes do corpo e por motivos variados. Além da já mencionada hipertesão arterial sistêmica, existem: a hipertensão pulmonar, a hipertensão gestacional, a hipertensão portal, a hipertensão intracraniana, a hipertensão arterial secundária e a hipertensão arterial maligna.
Hipertensão pulmonar: ocorre nas artérias do pulmão e afeta a passagem do sangue por elas. Pode estar relacionada a doenças autoimunes e piora com o tempo. O principal sintoma é o cansaço progressivo e também a falta de ar. Em casos mais graves, pode demandar transplante pulmonar.
Hipertensão gestacional: durante a gravidez, o organismo da mulher pode não se adaptar bem às mudanças físicas e desenvolver a Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG). A causa principal é o desenvolvimento da placenta, e o mais comum é começar por volta da 20ª semana de gravidez. Porém, fatores como má alimentação, consumir muito sal, sedentarismo e pouca ingestão de água são combustíveis para a hipertensão gestacional. Mulheres já consideradas hipertensas devem redobrar a atenção durante a gravidez, pois são predispostas. Caso não seja tratada, a doença pode colocar em risco a saúde da mãe e do bebê.
Hipertensão portal: é o aumento da pressão na veia porta, que drena sangue para o fígado. Está diretamente ligada a doenças hepáticas, como cirrose e esquistossomose, mas também a coágulos nas veias ao redor. Os sintomas são desdobramento da doença, já que ela é assintomática, mas os principais são: hemorragia gastrointestinal, acumulação de fluídos no abdômen, infecções e insuficiência renal.
Hipertensão intracraniana (HIC): ocorre quando a pressão dentro do crânio aumenta e os mecanismos que a controlam são comprometidos. O mais comum é que ela seja idiopática (sem causa aparente), mas pode ser provocada por outras doenças, como tumores, acidente vascular, encefalite, meningite e trombose. Os sintomas principais são dor de cabeça, náuseas, vômitos e perda de consciência. O diagnóstico requer exames de imagem. As pessoas mais propensas a desenvolver são mulheres obesas ainda em idade fértil.
O que é hipertensão arterial secundária?
A hipertensão arterial secundária é um tipo menos comum (representa menos de 10% dos casos de pressão alta) e, como o nome indica, é desencadeada por motivos secundários. Ela pode ocorrer quando não há resposta ao tratamento com medicamentos, quando um paciente com hipertensão controlada volta a ter a doença ou quando ela aparece antes dos 30 anos de idade ou após os 50. Embora a quantidade de casos seja considerada pequena, ela pode ser revertida ao descobrir a causa base.
O que é hipertensão maligna?
Hipertensão arterial maligna (HAM) é um tipo de pressão alta considerada séria e grave, que pode lesionar órgãos vitais, como os rins – embora represente uma quantidade bem pequena dentro dos casos de hipertensão. Basicamente, ela surge de forma abrupta e ultrapassa 18 por 12, exigindo redução emergencial da pressão arterial em um pronto socorro, caso contrário pode lesionar gravemente os órgãos ou levar ao óbito. Por isso é importante enfatizar que uma pessoa hipertensa deve sempre monitorar a pressão. Ainda que seja bem raro de acontecer, a (HAM) pode levar um paciente a comprometer os rins e necessitar de diálise.
Mas o que de fato causa a hipertensão arterial?
O que causa a pressão alta é a resistência de artérias e veias em permitir a passagem do sangue pelo corpo, o que obriga o coração a trabalhar mais e aumentar a pressão sanguínea. Apesar de esta função ser natural do organismo, inclusive ocorrendo enquanto praticamos exercícios físicos, pode ser prejudicada por vários fatores. Em suma, 90% dos casos de hipertensão arterial sistêmica são herdados dos pais, ainda que outras doenças possam estar associadas, como problemas cardiovasculares ou na tireoide.
Existe grupo de risco para hipertensão?
Sim, o grupo de risco influencia na diferença dos níveis de pressão arterial e é bem variado: consumo descontrolado de bebidas alcoólicas e do sal; obesidade; sedentarismo; idade, gênero e etnia, pois pacientes negros e do sexo masculino estão predispostos a desenvolver hipertensão. Como já mencionado, mulheres podem desenvolver hipertensão durante a gravidez, mas as que já foram diagnosticadas antes da gestação tendem a ter descontrole ainda maior dos níveis de pressão arterial.
Ainda se tratando do grupo de risco, hábitos que prejudicam a saúde cardiovascular também podem influenciar para que uma pessoa seja hipertensa, como:
- Tabagismo;
- Colesterol e triglicérides alterados;
- Ter diabetes ou possuir histórico de doença cardiovascular na família (familiares homens ou mulheres que tenham mais de 55 anos).
Como é feito o diagnóstico de hipertensão?
Conforme já mencionamos, a pressão alta é uma doença silenciosa e provoca sintomas somente quando já está avançada. Por isso, toda vez que alguém busca um centro médico a pressão é aferida.
O diagnóstico de hipertensão é feito durante a consulta e após aferir a pressão. Preparar uma lista com informações sobre o paciente, como sintomas, hábitos e histórico médico pessoal e familiar pode ajudar. Se possível, peça para alguém te acompanhar ao médico. Os profissionais da área de saúde que podem diagnosticar a pressão alta são o clínico geral, o cardiologista e o cirurgião vascular.
Existem pessoas que possuem a síndrome do jaleco branco, chamada assim por conta da ansiedade desencadeada por estar na presença de um profissional da área de saúde, o que pode aumentar a pressão, ainda que a pessoa não seja de fato hipertensa. Para diferenciar casos do tipo, existem exames específicos que verificam a pressão, é o caso da Monitoração Ambiental da Pressão Arterial (MAPA), onde o paciente permanece com um equipamento durante 24 horas que mede a pressão aproximadamente 100 vezes; ou a monitoração em casa, onde o próprio paciente pode medir a pressão com aparelho próprio.
Em caso de a hipertensão já estar avançada ou associada a outras doenças, mais exames podem ser exigidos para verificar se ela já prejudicou o funcionamento de algum órgão (caso do coração) ou se há, de fato, outra doença por trás da hipertensão.
Quais são os tratamentos disponíveis para pressão alta?
Hipertensão é uma doença que não tem cura, portanto o tratamento pretende estabilizar a pressão e impedir que ela ultrapasse 12 por 8. A princípio, se for diagnosticada como leve, deve-se optar pelo tratamento não medicamentoso, que envolve mudar radicalmente o estilo de vida, evitando consumir alimentos salgados e de bebidas alcoólicas, controlar o estresse e evitar atividades que possam ocasioná-lo, além de emagrecer e praticar exercícios físicos sob orientação médica.
No caso de o paciente estar com obesidade, emagrecer é parte diretamente ligada ao tratamento, pois perder 10% do peso corpóreo pode reduzir drasticamente a pressão alta. Isso porque existe nítida relação entre pressão e aumento do peso corporal.
Contudo, se mesmo tomando todas estas precauções não for possível controlar a pressão alta, então o médico deverá prescrever medicamentos vasodilatadores, próprios para a hipertensão, ou então buscar os motivos pelos quais a pressão não se normalizou. Se for o caso e outras doenças estiverem associadas, então é de suma importância que elas sejam tratadas primeiro.
Vale salientar que a hipertensão é crônica, então manter todas estas boas práticas deve ser algo para o resto da vida, assim como tomar os medicamentos sob orientação médica, sem interromper ou aumentar a ingestão deles por conta própria.