Fevereiro é o mês de conscientização de três doenças sem cura, porém com tratamento: o Mal de Alzheimer, a fibromialgia e o lúpus. Intitulada de Fevereiro Roxo, a campanha marca o período em que as instituições de saúde se unem para explicar sobre essas doenças e os possíveis métodos de prevenção e tratamento.
Uma dessas doenças, o Mal de Alzheimer, é bastante comum. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Alzheimer é a forma mais comum de demência. Estima-se que no mundo, cerca de 47 milhões de pessoas sofram com a doença, sendo que 10 milhões de novos casos são registrados todos os anos.
O que é
A doença de Alzheimer faz com que aconteça uma degeneração das células do cérebro, que provoca a diminuição das funções cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo no comportamento e na personalidade do paciente, pois causa sintomas como perda de memória progressiva, além de dificuldade para raciocinar e falar.
Sintomas
No início, o paciente com Mal de Alzheimer começa a perder a memória recente, ou seja, é capaz de se lembrar de acontecimentos antigos, aqueles que ocorreram há anos, porém, não se lembra o que comeu no almoço, por exemplo. O quadro evolui com o tempo e acaba impactando bastante no dia a dia e rotina da pessoa acometida, pois compromete a capacidade de atenção, aprendizado, compreensão e linguagem. Com isso, o paciente fica dependente de outras pessoas para efetuar tarefas básicas da rotina, como alimentação e higiene pessoal.
Como citado anteriormente, a doença de Alzheimer é a causa mais comum demência, que varia em gravidade desde o estágio mais brando (quando está começando a afetar as funções diárias de uma pessoa), até o estágio mais grave (quando a pessoa depende completamente dos outros para atividades básicas da vida diária).
Os sintomas da doença, geralmente, são confundidos com o processo natural de envelhecimento do ser humano, mas alguns sinais devem ser levados em consideração caso aconteçam. São eles:
Fase inicial
- Alterações da memória: não lembrar onde guardou as chaves, o que comeu nas refeições, nomes e locais onde esteve;
- Desorientação no tempo e no espaço: não lembrar o caminho de volta para a casa ou do trabalho, não conseguir saber que dia da semana ou estação do ano está, por exemplo;
- Dificuldade para tomar decisões simples: não conseguir planejar o que irá comprar e cozinhar ou que roupa vestirá;
- Repetir informações ou as mesmas perguntas;
- Mudança de comportamentos como agressividade ou ansiedade sem motivo aparente.
Fase moderada
- Esquecer o fogão ou ferro ligado com frequência, usar os utensílios errados para limpar a casa;
- Inaptidão de fazer a higiene pessoal, ou esquecer de se limpar, usar a mesma roupa sempre;
- Esquecer palavras ou dizer frases sem sentido;
- Dificuldade para ler e escrever;
- Desorientação em lugares conhecidos, como a própria casa, esquecendo onde ficam os cômodos ou os confundindo;
- Alucinações;
- Mudanças de comportamento como quietude ou agitação;
- Apresentar desconfiança, como achar que está sendo perseguido ou roubado.
Fase avançada
- Esquecer memórias antigas e não memorizar novas informações;
- Esquecer de locais, familiares, amigos, não identificando rostos e nomes;
- Apresentar sintomas de incontinência urinária e de fezes;
- Perder a noção de civilidade e andar sem roupas, arrotar ou cuspir em público;
- Não conseguir efetuar movimentos simples com braços e pernas, como levar o garfo até a boca, caminhar, cruzar as pernas.
Diagnóstico
O médico responsável pelo diagnóstico da doença de Alzheimer é o geriatra ou o neurologista, e o tratamento é feito com medicamentos que aliviam os sintomas e atrasam a progresso da doença. O geriatra ou neurologista irão, em consulta, avaliar o histórico clínico do paciente e observar os sinais da doença.
Com a realização de exames como tomografia computadorizada, exames de sangue e ressonância magnética, além de testes de cognição e memória, o médico poderá indicar ou não a presença de alguma alteração na memória. Os exames serão necessários para excluir outras doenças, como acidente vascular cerebral (AVC), demência senil, disfunções na tireoide e doenças cerebrais que possam causar degeneração.
Tratamento
Até o momento, não existe cura para o Mal de Alzheimer, porém com o tratamento é possível que os pacientes tenham mais qualidade de vida, inclusive na fase mais grave da doença. Isso fará com a doença progrida de forma mais lenta, fazendo com que o paciente consiga ter mais independência nas suas atividades.
O tratamento irá envolver medicamentos específicos, receitados única e exclusivamente pelo neurologista ou geriatra que acompanha o caso, de acordo com a fase da doença. Além disso, o paciente passará por estimulação cognitiva, social e física, que envolvem atividades como fisioterapia, terapia ocupacional, atividade física e fonoaudiologia.
É importante ressaltar que o tratamento complementar aos medicamentos não tem o objetivo de recuperar a capacidade que o paciente tinha antes da doença, mas sim fazer com que ele consiga realizar as atividades necessárias com as funções que ainda estão preservadas, fazendo com que os pacientes sigam com autoestima e iniciativa própria para a execução de funções.
Centro Médico Berrini
Clínica Médica - Zona Sul de São Paulo