A fascite plantar é uma lesão que causa dor no calcanhar e limitação dos movimentos. Embora o desconforto seja na mesma região, a patologia é equivocadamente associada ao esporão calcâneo.
O que é?
A fascite plantar é uma lesão causada por excessiva sobrecarga na fáscia, que por sua vez é o tecido que reveste a musculatura da planta do pé. Embora sejam parecidas e estejam relacionadas, a fascite plantar é equivocadamente confundida com o esporão calcâneo. Em ambas as condições, o paciente se queixa de dor no calcanhar e dor na planta do pé, que tendem a se intensificar de forma progressiva.
Esse tipo específico de incidência ortopédica está associado diretamente à disfunção no arco do pé, desenvolvido por excessivo estresse na fáscia plantar. Ela acomete, sobretudo, quem sofre de sobrepeso ou trabalha muitas horas de pé.
Felizmente, todo o desconforto causado pela dor no calcanhar e pela dor na sola do pé pode ser amenizado com tratamentos conservadores. O mais utilizado empregado para a fascite plantar é a fisioterapia.
Quais as causas?
A fascite plantar se origina do excesso de peso que sobrecarrega os três pontos de sustentação do pé. O 1º e o 5º metatarso são os ossos dianteiros que, juntamente com o osso calcâneo, formam o triângulo que permite o apoio necessário para a marcha adequada.
Já a fáscia plantar é um tecido que se estende do calcanhar até os dedos do pé. Ela é fundamental para o arco plantar, que tem os três pontos citados acima, como alicerces para a sustentação.
A dor na planta do pé se deve, principalmente, a excessiva sobrecarga exercida nesta região. Ou seja, resulta-se de muitos fatores como calçamento inadequado, obesidade, faixa etária (muito comum entre os 40 e 60 anos), problemas com pés planos (queda do arco medial, popularmente conhecido como pé chato) e, principalmente, a execução de algumas atividades físicas. Profissionais como bailarinos, maratonistas de longa distância e dançarinos são alguns exemplos de pessoas que integram o grupo de risco da inflamação na fáscia plantar.
Nesse último caso, a fáscia do pé está sujeita a se tornar mais rígida e, assim, suscetível a criar a tração necessária para o desenvolvimento do esporão calcâneo. Por isso as duas condições, apesar de diferentes, estão correlacionadas.
Sintomas
A sintomatologia mais comum em casos de fascite plantar é a dor no calcanhar que, em médio prazo, pode se irradiar para as demais partes do pé. É por isso que muitas pessoas relatam dor na planta do pé, principalmente pela manhã, após horas de sono.
Outro tipo de sintoma bastante comum é a dor na sola do pé após intensa atividade física, sobretudo depois de corridas ou caminhadas. Isso se deve, principalmente, ao fato da fáscia plantar ser excessivamente exposta à pressão corporal.
Além disso, os pacientes com os problemas ortopédicos relatados queixam-se de dor na planta do pé ao apalpá-lo. A rigidez na parte inferior do membro também é determinante para o desconforto da pessoa acometida que, durante a crise de dor, costuma a caminhar na ponta dos pés.
Diagnóstico
Para descartar problemas ortopédicos de outra ordem, tal como entorse de tornozelo e tendinite do calcâneo, indica-se a realização de exames de imagem.
A radiografia, por exemplo, funciona para apontar o grau de comprometimento da fáscia lesionada. Enquanto a ressonância magnética é o exame que confirma com exatidão o tipo de condição que o paciente se encontra. Ou seja, este último é altamente indicado para o diagnóstico preciso do padecimento.
Tratamento
Tal como no esporão calcâneo, a recuperação da fáscia se dá por meio de um tratamento conservador.
A medicação por fármacos, como anti-inflamatórios ou analgésicos, amenizam a dor na sola do pé e no calcanhar. Porém, um dos tratamentos que traz mais benefícios e melhorias para paciente em médio prazo é a fisioterapia.
Ela pode ser executada com o aporte de um profissional da área que será responsável pelo tratamento. De forma geral, a reabilitação se dá por meio de alongamentos da fáscia plantar e do tendão de Aquiles (localizado na parte posterior da perna, na região acima do calcanhar). A plena recuperação pode variar de algumas semanas até dois anos, dependendo do comprometimento do pé lesionado.
Com a fisioterapia, o membro ganha força muscular. Em virtude disso, o paciente sentirá melhorias significativas nos movimentos do pé e no amortecimento de impactos. O uso de bandagens e palmilhas, associados com os exercícios fisioterapêuticos, também são fundamentais para a recuperação da região lesionada.
Em alguns casos, os pés podem passar por um tratamento de calor interno que também contribui para a cura da inflamação. O método por choque também é aconselhável, dado a sua eficiente função de estímulo muscular.